domingo, 14 de novembro de 2010

Guitarrero




Eu tenho passado muito tempo tocando ultimamente, fico pensando muito no início, quando comecei a tocar, em como comprei a minha primeira guitarra... Eu vendia meus vales-transportes e ia andando para o trabalho porque o valor da prestação da guitarra era maior do que meu salário e foram 2 anos assim, comendo pipoca na hora do almoço.

A cada dia que passa eu vejo o quanto eu me desligo do mundo quando começo a tocar, estava pensando nos shows que toquei até hoje, sempre o público não me importa, se tem 500 ou se tem 10, e as vezes nem me lembro dos outros integrantes, só penso na minha vida e no sentimento que coloco na hora que estou fazendo as músicas, nas noites que viro tocando e nas imagens que vem na minha cabeça. Eu queria ter mais tempo para tocar, mais dinheiro para comprar equipamentos e amplificadores bons. Acho que tocar é a parte do meu dia que eu deixo a realidade de lado um pouco, a realidade de que sou cercado de pessoas que são, na maioria das vezes, vazias, que levam seu ego acima de tudo, cercado de lixo e de falsidade.

Tenho infinitas músicas que talvez ninguém nunca vá ouvir, musicas acústicas outras não. Eu sempre gostei de tocar violão para alguém ouvir por mais que eu me desligasse de tudo, no final eu ficava orgulhoso de mim mesmo de fazer algo que algumas pessoas gostam, fazer algo que saia de mim e do meu próprio coração.

Se um dia eu não poder mais tocar, eu não precisarei mais viver, não faz sentido não poder chegar em casa depois de um dia cansativo ligar a guitarra, por o fone e passar horas da madrugada tocando. Essa tem sido minha rotina feliz, a que preenche meus dias tristes e meus dias de alegria. A cada rife que faço, a cada música que sai do violão, sempre estou pensando em algo e em alguém, às vezes na minha juventude, outras vezes nos amigos que perdi, nos amores que ficaram no passado e agora muito no meu futuro.

Eu tenho um sonho de envelhecer do lado de alguém e poder tocar para pessoa na varanda, sentado, olhando o por do sol... velhinho, tocando blues, olhando o sol ir embora... É o final da vida que desejo, ao lado de alguém que vai querer ouvir e saber que todas as músicas são para ela. E que todas as músicas que fiz foi esperando que isso tudo um dia acontecesse.

Essa musica do Garage fuzz é a trilha das ultimas corridas e do meus dias.




quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Arroz


Hoje não fui correr pela manhã porque estava doente e achei que não daria conta. Mas o dia foi passando e felizmente a vontade superou a doença, fui malhar e depois fui correr, estava chovendo enrolei o ipod em uma sacola e fui.

A chuva estava fina mas fiquei molhado rapidamente, eu vi que não estava sozinho tenha varias pessoas na chuva correndo também.

No meio do caminho eu me lembrei da minha comida preferida que é o arroz, eu sei que para alguns não tem graça ou simplesmente é normal, mas eu realmente adoro e se não tiver nada para comer em casa como já ouve varias vezes, e tiver arroz eu fico feliz, talvez seja porque é simples e porque para mim combina com tudo.

O melhor arroz que eu comi até hoje foi o da Maria do Carmo, ele sempre é soltinho, não que eu não gosto dos que ficam grudado eu ate gosto e muito, mais o dela é especial, quando eu comia o arroz não importava o que tenha na mesa sempre tenha arroz no meu prato. Essa semana fui em vários restaurantes tentar achar um parecido mais não encontrei, na verdade não deve ter igual, mas eu lembro que todo dia já ia no ônibus pensando no arroz.

Tem dias que não como, mas sempre me lembro do dela, e hoje em dia fico triste porque o arroz não esta tendo o mesmo gosto de nada que ele sempre teve. É estranho mas faz parte da vida. Eu sonho encontrar alguém que goste tanto de arroz como eu =) para me ajudar nas combinações loucas, e claro fotografar todas.

Um dia eu ainda vou fazer uma musica que vai falar de arroz.

Simples, arroz é assim simples.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

"No próximo ano"

Hoje o tempo estava feio, chovendo sem parar, mas mesmo assim coloquei o tênis e fui correr pela manhã.

Não sei explicar direito, mas fiquei pensando muito no meu próximo ano, no que passou e neste, foram dois anos bem difíceis e que eu deveria querer esquecer (ou talvez isso fosse o certo a se fazer), mas aprendi uma coisa nesses últimos anos: para não esquecer o que aprendi não posso esquecer-me deles, apenas deixá-los para trás.

Mas sinceramente eu não deveria ficar tão triste. Correndo hoje eu vi o quanto foi importante, e que eu não posso querer muito de mim mesmo. Eu sempre achei que sendo quem eu sou ou pensando do jeito que eu penso deveria ser o certo e assim todas as coisas estariam sempre bem.

Eu larguei um emprego seguro mas que não era nada minha vida, deixei muitas coisas que eram importantes para mim para trás. Houve dias que eu achei que não ia superar, dias realmente difíceis, mas acabou que eu aprendi muito comigo mesmo, aprendi a deixar coisas de lado, aprendi a perder mais e aprendi que não posso querer ser bom o tempo todo.

Hoje em dia eu me sinto bem diferente, parece que virei uma página dentro de mim mesmo. Não deixei de ser quem eu sou, apenas amadureci e aprendi muito a lidar comigo mesmo, com meus ódios, com meus sentimentos (vi o tanto que é fácil eu odiar algo e também amar algo).

Mas para o próximo ano eu quero coisas diferentes, tenho conhecido muitas pessoas legais, tenho aprendido a viver sozinho e umas das coisas mais importantes, eu jamais posso para de tocar, quanto mais bandas eu tiver mais vivo eu sempre vou estar.

No próximo ano eu espero coisas boas, coisas novas. Lógico que vai haver dias difíceis e também dias que eu vou achar que não vou superar, mas no próximo ano tudo vai ser diferente e eu ando me preparando para isso. Por algum tempo todo final de ano eu pensava na minha vida e pensava no que eu queria. Mas esse final de ano eu vou apenas pensar no próximo ano e não no que eu quero. Porque o que eu quero eu vou conseguir de um jeito ou de outro.

Eu terminei minha corrida hoje com 10K e a única coisa na minha mente era “no próximo ano...”